quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

IV PRÊMIO SOTER-Paulinas de Teses - Edição 2013




A Sociedade de Teologia e Ciências da Religião (SOTER) e a Editora Paulinas, objetivando estimular e ampliar a pesquisa na área de teologia e ciências da religião no Brasil, além de promover melhores condições para o ensino e a pesquisa da teologia no âmbito da rede de institutos do ensino superior, instituiu o Concurso de Teses doutorais Soter-Paulinas em 2009. Neste ano de 2013 acontece sua quarta edição.

Confira aqui o regulamento do concurso.

Boa sorte!

Ensino Religioso e Literatura


Publicado pelo crunicap




A revelação de Deus, seja em que cultura (e religião) for, se condensa em uma literatura humana. Para o nosso Ariano Suassuna, por exemplo, o mundo é um “pasto incendiado” e a função da arte e, mais especificamente, da literatura, é “salvar do incêndio e deixar alguma coisa de permanente e belo, que escapasse das chamas e das cinzas”. A literatura, de fato, tem a missão de aprofundar, no que tem de mais profundo e específico, o mistério do humano. Brota das pessoas naquilo que têm de mais irredutível, em seu mistério, envolto por silêncio e solidão, antes de abrir-se aos outros com a mediação da linguagem. É a vida que toma consciência de si mesma, quando atinge a plenitude de expressão, valendo-se de todos os recursos da linguagem: conceitos, imagens, símbolos, mas também ritmo e harmonia.

Qual seria nosso conhecimento do que é o homem, se não fosse Homero, Doistoievski e Camus, sem Adélia Prado e Guimarães Rosa, Patativa do Assaré e Clarice Lispector, Ariano Suassuna e João Cabral de Melo Neto? João Cabral é desses grandes da literatura, que captam uma palavra diferente e criativa, que causa diferença em nossas vidas. Por trás das suas palavras aparece uma humanidade tão humana, que acaba transparecendo o divino. É um ateu que fez mais pela inculturação do cristianismo em nossas terras, do que muito padre e pastor juntos. Se a gente fosse ousado para tentar uma edição revista e ampliada dos nossos livros sagrados, teria de incluir muitas passagens inspiradas desses mestres e profetas que, mesmo sem “pertencer a Israel”, ajudam na fé da gente. Afinal, quando a Bíblia foi sendo escrita, muita coisa foi como literatura e não imediatamente sagrada. E João Cabral é desses que auxiliam a rever o sagrado em nosso mundo (...).

Há um tipo de literatura que, embora não sendo explicitamente religiosa, chega, como é mais o caso de João Cabral, a um tal conhecimento do ser humano e de seus problemas e esperanças, que constitui uma fonte fecunda de questões e que estimula a teologia. Por dispor de toda uma riqueza da linguagem expressiva e evocadora das entranhas da gente – como o faz com maestria o poema Morte e Vida Severina. A literatura descobre os abismos que habitam o homem, ao passo que as revelações, e depois as teologias, os assumem para demonstrar como o divino chega a atravessá-los e a iluminá-los. Mas quais são as questões humanas que aparecem na obra de João Cabral e como ele re-vela, para nós nordestinos, Cristo e o cristianismo? As respostas a essas questões se encontram no trabalho de Maria Augusta, cuja leitura é recomendada para professores do ensino religioso, pedagogos e também teólogos.

Augusta parte de um poema dramático que trata da condição humana do homem do sertão, conta a história de um retirante que vai para o litoral e em cada parada se depara com a morte anônima e coletiva, até a chegar ao seu destino final: a cidade de Recife, onde acontece o nascimento de uma criança, símbolo de esperança. Tem como personagem principal o retirante Severino, que representa todos os deserdados que vivem a vida Severina, sem condições de dignidade. O texto de João Cabral possibilita a reflexão sobre a caminhada do sertanejo, que por onde passa faz o registro de toda a situação da vida do povo e da paisagem nordestina, tendo como guia o rio Capibaribe que, como o sertanejo, também sofre com a seca e com as cercas. O objetivo de Severino é a busca incessante de vida mais digna do que a morte. O objetivo de Augusta é buscar no imaginário do texto literário noções de identidade comunitária e de solidariedade ética, de transcendência religiosa através do sagrado que prorrompem em meio ao mangue e à sua cultura. Tudo isso aponta para um caminho criativo na reflexão sobre o fato religioso, que pode e deve integrar a formação integral de nossas escolas. (Apresentação de Gilbraz)

Referência:

TORRES, Maria Augusta S. Ensino religioso e literatura: um diálogo a partir do poema Morte e Vida Severina. Recife: Fasa, 2012.

* O lançamento do livro será feito no dia 04 de março de 2013, das 14h00m às 17h00m, no 1º andar do bloco B da UNICAP

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Câmara aprova MP da alfabetização até 8 anos; texto cria bolsa para cotistas


Do site UOL Educação

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, no início da noite de hoje (26), a MP (Medida Provisória) 586/2012, que cria o Pnaic (Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa). O pacto prevê o apoio técnico e financeiro da União a Estados e municípios para garantir a alfabetização dos alunos da rede pública até os 8 anos de idade. A MP – que já havia passado por uma comissão mista do Congresso – segue agora para o Senado.

Como o UOL adiantou na semana passada, uma emenda inserida no texto pelo relator da MP, senador Eduardo Amorim (PSC-SE), autoriza também a criação de uma bolsa-permanência para alunos de universidades públicas que ingressarem por meio do sistema de cotas.

O MEC definiu o valor da bolsa em R$ 400 por mês, dinheiro que virá do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). Terão direito ao benefício alunos de baixa renda matriculados em cursos com jornada diária de 5 horas ou mais. O ministério ainda não estimou o custo total do programa nem quantos estudantes deverão ser beneficiados.

Alfabetização

O Pnaic prevê o apoio do governo federal para  financiar a formação continuada dos professores; as bolsas oferecidas aos profissionais e outras atividades voltadas ao cumprimento dos objetivos do pacto. A estimativa é que sejam investidos cerca de R$ 3 bilhões até 2014. Para cumprir o objetivo, o governo promete liberar R$ 1,1 bilhão neste ano, dinheiro previsto no projeto de Lei Orçamentária Anual, que está em análise pelo Congresso. Na votação na Câmara, a base do governo rejeitou emendas apresentadas pela oposição para antecipar a meta de alfabetização para os 6 anos de idade.

Segundo deputados do PSDB e do DEM, o pacto deixa os alunos da rede pública em desvantagem em relação aos estudantes de escolas privadas e também os de outros países. Os parlamentares governistas alegaram que a meta de oito anos é a possível de ser atingida diante da realidade da educação no país.

Segundo o MEC, programa atingirá aproximadamente oito milhões de estudantes nos três primeiros anos do ensino fundamental, distribuídos em 400 mil turmas de 108 mil escolas da rede pública do país.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que a maior taxa de analfabetismo do país está no Norte (27,3%), seguido do Nordeste (25,4%), Centro-Oeste (9%), Sudeste (7,8%) e Sul (5,6%).


*Com informações da Agência Brasil e da Agência Câmara.


Sobre






terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O futuro das religiões no Brasil

(Do crunicap - Blog do Mestrado em Ciências da Religião da UNICAP)


Cada pessoa vai organizar a sua religiosidade em um cenário multiforme, com menos doutrinas e mais experiências emotivas? Cada religião vai reforçar sua ortodoxia e lutar por espaço político, defendendo o moralismo sob influência de potências culturais mundiais? As religiões e espiritualidades vão disputar o mercado cultural na televisão e na internet, apelando até para mensagens apocalípticas? Todas as religiões vão convergir para uma espiritualidade ecológica e de nova consciência global?

São tendências das religiões pelo mundo, mas o Brasil, com sua multiculturalidade, é um dos melhores laboratórios de ensaio do futuro da religiosidade. Em tempos de modernidade globalizada, com grandes possibilidades tecnológicas e enormes dificuldades de relações entre grupos humanos e destes com a natureza, as pessoas tendem a ficar mais egoístas, no sentido de ouvir mais a própria intuição. Paradoxalmente, isso leva à busca por uma espiritualidade maior e uma melhor compreensão do significado da vida, o que pode inclusive redefinir e ampliar os nossos limites éticos.

Será, então, que vamos assistir à ascensão de um “Deus Verde” planetário e de uma “Nova Consciência” espiritual? Ou, ao invés, as crises culturais e econômicas que atravessam o planeta, levarão também no Brasil a uma politização de ortodoxias moralistas e sob pressão de superpotências mundiais? Para aprofundar essas questões, acontecerá no Recife, nas dependências da Universidade Católica de Pernambuco, de 4 a 6 de setembro de 2013, o IV Congresso Nacional da ANPTECRE – Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Teologia e Ciências da Religião, que vai se perguntar sobre “O futuro das religiões no Brasil”. Veja abaixo a agenda e vá se preparando para participar: a nata da área de estudos da religião estará entre nós!

09 nov. 2012 – lançamento do Congresso na UNICAP e chamada de Sessões Temáticas (STs) para os Programas
25 mar. 2013 – encerramento do prazo para propostas de STs
15 abr. 2013 – divulgação das STs aprovadas e chamada para comunicações, início das inscrições para o Congresso
17 jun. 2013 – encerramento do prazo para propostas de comunicações
01 jul. 2013 – divulgação das comunicações aceitas
15 jul. 2013 – último prazo para pagamento das inscrições com comunicações
19 ago. 2013 – encerramento das inscrições como participantes
4-6 set. 2013 – realização do Congresso
30 set. 2013 – data final para envio dos textos completos de comunicações
25 nov. 2013 – publicação do ebook do Congresso

Veja outras informações e a Programação completa aqui

Enquanto o Congresso não chega!!!



segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

UEPA forma 22 professores em Ciências da Religião

(Do site do GPER)



A colação de grau foi realizada no dia 01 de fevereiro de 2013 no auditório do Centro de Ciências Sociais e de Educação (CCSE), no Campus I. Ao final do curso, todos os concluintes já estão empregados. A maior parte deles, aprovada no último concurso da Secretaria Estadual de Educação. A Universidade do Estado do Pará (Uepa) formou mais 22 professores em Ciências da Religião. A cerimônia de outorga de grau, conduzida pela reitora Marília Brasil Xavier, foi realizada na sexta-feira, dia 1º de fevereiro, no auditório do Centro de Ciências Sociais e de Educação (CCSE), no Campus I. Todos os novos profissionais formados, já estão empregados.

Durante a mensagem aos novos professores, a reitora da Uepa, Marília Brasil Xavier, falou sobre escolhas, determinação e superação. “Esperamos que vocês consigam levar de nós o exemplo de professores, o exemplo dessa instituição que se supera no dia-a-dia das ameaças internas e externas. Nós superamos pelo  que a gente acredita, porque, nós, professores, somos cosmos da evolução passiva que se faz através da educação, do conhecimento e da promoção da dignidade humana”, afirmou a reitora.

A maior parte dos concluintes foi aprovada no último concurso da Secretaria Estadual de Educação (Seduc). O feito foi destacado pelo orador da turma, Osaías de Jesus dos Santos, que enfatizou ainda a importância do professor para construção de uma sociedade melhor. “A carreira de professor não torna ninguém rico, mas o melhor salário a ser recebido em uma profissão é poder exercê-la. A nossa turma foi diferenciada, todos (que fizeram o exame) se classificaram no concurso. A nossa contribuição positiva vai ajudar a tirar o Pará de um dos piores indicadores sociais do país, que é o da educação”, afirmou o orador da turma.

Muito emocionado, o diretor do CCSE, Pedro Sá, lembrou os desafios de se implantar este curso na universidade, quando nenhuma outra instituição pública havia feito o mesmo, lembrou dificuldades, mas no fim avaliou que a ousadia fez toda a diferença. Para ele, esta aprovação em massa no concurso público para professor não apenas atesta que a Uepa acertou ao fazer esta escolha, mas também referendou a qualidade do ensino ministrado na universidade. “É preciso coragem para fazer a diferença”, afirmou.

Atualmente, além da graduação, o CCSE da Uepa já oferece dois Mestrados: o de Educação e o de Ciências da Religião. “Realmente é uma alegria muito grande saber que nosso compromisso enquanto formadores foi cumprido”, afirmou a coordenadora do curso, Lourdes Melo. O paraninfo da turma, o professor José Antônio Mangoni, durante a cerimônia, falou sobre religião e a importância da dúvida. “Tenho muito receio de quem tem muita certeza sobre tudo, porque esta anda muito próxima da intolerância”, afirmou.



Fonte: UEPA - Mácio Ferreira

I Encontro de Teólogos e Teólogas da Tradição de Matriz Africana, Afro-Umbandista e Indígena da Região Sul




Nosso amigo, o Prof. Jayro de Jesus (ATTRAI), Teólogo das Religiões de Matriz Africana, em parceria com os seus amigos da Escola de Filosofia e Teologia Afrocentrada (ESTAF) e do Egbé Orun-Aiyê, promovem, de 29 a 31 de março de 2013, o I ENCONTRO DE TEÓLOGOS E TEÓLOGAS DA TRADIÇÃO DE MATRIZ AFRICANA, AFRO-UMBANDISTA E INDÍGENA DA REGIÃO SUL. 

O evento ocorrerá na Câmara Municipal de Porto Alegre, Av. Loureiro da Silva, 255, sl. 301, Centro.

Inscrições aqui

Parabéns ao Prof. Jayro e aos seus amigos pela iniciativa.




quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Profecias apocalípticas voltam à tona após renúncia do papa

(Do site do iG)

Por Alessandra Oggioni 

Teorias atribuídas a São Malaquias e Nostradamus preveem fim do mundo e ruína do catolicismo. Mas será que previsões resistem a uma avaliação racional?

Sempre comentadas e cercadas de mistérios, as profecias sobre o fim do mundo ganham força quando ocorre algum fato ou fenômeno de grande repercussão – como o suposto fim do calendário maia em dezembro passado. Na última semana, após o anúncio da renúncia do papa Bento 16, que acontecerá no fim de fevereiro, não tardaram a circular teorias com as piores previsões possíveis, do fim do mundo ao fim do catolicismo. Mas será que alguma delas resiste a uma avaliação racional?

Uma das profecias, atribuída a São Malaquias, afirmaria que o próximo papa seria o último antes da destruição de Roma e do fim do catolicismo. A previsão é baseada em um documento que teria sido escrito pelo bispo Malaquias, no século 12, com 112 breves descrições sobre cada um dos papas que a igreja teria, a partir do ano de 1.143. Na interpretação, a divisa 111 refere-se a Bento 16 como o penúltimo a comandar a igreja. Já o lema de número 112 falaria sobre o último pontífice a exercer o cargo, nomeado como “Petrus Romano”, ou Pedro Romano.

O escritor Wilson A. De Mello Franco, autor de mais de 30 livros digitais sobre profecias, acredita que o nome Pedro é uma indicação de que o próximo papa possa ser Peter Turkson, cardeal de Gana, o que levaria a igreja a ter o primeiro pontíficie negro.
No entanto, para a socióloga Brenda Carranza, pesquisadora na área de sociologia da religião e autora do livro “Catolicismo Midiático” (Ideias & Letras, 2011), a possibilidade de ter um papa negro não se trata de profecia, mas de uma alternativa real. “Existem, sim, africanos que teriam condições de se tornarem papas. O que não tenho tanta certeza é que seja o momento no jogo de forças institucionais que este critério prevaleça”, analisa.

Continue a leitura por aqui

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Mudanças no Ensino Médio


(Do site do NE10)


A Comissão Especial de Reformulação do Ensino Médio da Câmara dos Deputados, juntamente com a representante da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Carmem Neves, fizeram nesta terça-feira (19) um debate para tratar da proposta de alterar a legislação atual sobre o ensino médio.

Segundo Carmem, a educação básica não está preparando com eficiência os alunos para o ensino superior e que, desde a base educacional, o aluno deve ter uma aproximação com a carreira que pretende seguir. "A educação deve funcionar como uma corrente, tem que haver um ligação da base, passando pelo intermediário, para chegar ao nível superior e sair bem preparado para o mercado de trabalho," disse a professora.

O presidente da comissão, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), acredita que o ensino médio atual não prepara os jovens para continuar o estudo e partir para o mundo do trabalho. O deputado entende que o aluno deve ter um foco maior nos estudos, se possível não trabalhar enquanto estuda, pois se houver uma concentração especial, a especialização será mais eficiente e o trabalho vai render mais quando ele o estiver exercendo definitivamente.

A comissão pretende criar um projeto de lei que regulamente um preparo mais rigoroso aos professores da educação infantil e do ensino médio. O relatório final só será apresentado no segundo semestre. Além dos projetos de lei, os deputados vão propor ações ao Ministério da Educação.

Fonte: Agência Brasil

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O mapa do Ensino Religioso no Brasil


(Do FONAPER)


De quais regiões são provenientes os estudos sobre o Ensino Religioso no Brasil? Quais  programas de Graduação ou Pós-Graduação (Especializações, Mestrados ou Doutorados) mais produzem?

Essas e outras respostas podem ser obtidas através da leitura do Relatório de Pequisa produzido por pesquisadores do GPER, sob a orientação do professor Sérgio Junqueira, que efetuaram estudos e pesquisas, desde o ano de 2008, cujo objetivo foi mapear a produção acadêmica (artigos, dissertações, teses, livros e relatórios de pesquisa) sobre o Ensino Religioso produzida entre os anos de 1995 a 2010. 

Este período marca os processos decorrentes da promulgação do art. 33 da LDB, onde as pesquisas e a produção dos conhecimentos relativos ao Ensino Religioso têm crescido significativamente. O Mapa da Produção Científica do Ensino Religioso apresenta certos avanços na área no Brasil, bem como algumas lacunas no campo da pesquisa enquanto componente curricular. Apresenta ainda um panorama científico sobre o que se tem abordado no processo de constituição das Ciências da Religião como área do conhecimento. 

Ficou interessado? Baixe o Mapa do Ensino Religioso por aqui

Sobre Ensino Religioso e Ciências da Religião
  • O "ensino do religioso" e as Ciências da Religião - Faustino Teixeira (clique aqui)
  • FORMAÇÃO DE PROFESSOR - O que é o Ensino Religioso ? (Clique aqui)
  • Objeto do ensino religioso: uma identidade - Sérgio Junqueira (Clique aqui)


Abraço,
Barroca

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Instituto cobra cumprimento de lei para educação étnico-racial no STF


(Do site Último Segundo)

Priscilla Borges - iG Brasília | 15/02/2013 05:00:04

Após completar uma década de aprovação, a Lei nº 10.639 não conseguiu garantir que o ensino de história e cultura afro-brasileira faça parte dos currículos da educação básica e da formação dos professores do País. O descumprimento das exigências da lei, agora, se tornará tema de ação a ser julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (Iara) vai protocolar um mandado de segurança no tribunal na manhã desta sexta-feira. Na ação, os representantes do instituto pedem suspensão da abertura de novos cursos de graduação e licenciatura destinados a formar profissionais em educação nas instituições públicas; suspensão de repasse de recursos financeiros reservados aos programas de formação para esse tema e mudanças nos critérios de avaliação dos cursos.

Entre os muitos alvos da ação, estão a presidenta Dilma Rousseff; o ministro, o secretário-executivo e o de Regulação e Supervisão da Educação Superior do Ministério da Educação; o presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE); o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep); o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes); o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE); o ministro da Controladoria-Geral da União, o procurador federal dos Direitos do Cidadão; reitores de 44 universidades federais e o advogado-Geral da União.


“Estamos cobrando judicialmente tudo o que eles não fizeram antes e encaminhamos a ação para o Supremo Tribunal Federal por conta de um ato omissivo da presidenta da República. Todo o trabalho de pesquisa feito pelo Iara mostra que a implementação da lei é um faz de conta”, afirma Humberto Adami, advogado que representa o instituto.



Leia a íntegra da reportagem aqui

Mais sobre o assunto:
Abraço,
Barroca













quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Simpósio







O Ensino Religioso é tema de discussão em todos os sistemas de ensino, tanto no que se refere ao seu conteúdo, quanto ao que diz respeito à formação de professores. Por esse motivo, o Simpósio da Revista Diálogo 18 anos, em parceria com o GT Religião e Educação, da ANPTECRE , com o apoio do Paulinas / GPER / PUCPR / PUCSP / EST / UFPB / Claretianos / Salesianos / ANEC / FONAPER, que envolvem pesquisadores de diferentes programas de Pós-Graduação, propõe a reflexão acerca da identidade do Ensino Religioso na relação entre O que ensinar? e Como ensinar? O evento, que visa a discutir sobre a identidade da disciplina, vai ao encontro da recente solicitação que a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) fez a todas as áreas de conhecimento para que se indicassem o modo como cada programa de Pós-Graduação contribui com a Educação Básica. Desse modo, para a subárea de Teologia/Ciências da Religião, tal contribuição se viabiliza por meio do Ensino Religioso. O evento também é uma oportunidade para a celebração dos 18 anos da revista DIÁLOGO, que é um dos principais instrumentos de divulgação do Ensino Religioso no Brasil.

A DIÁLOGO – REVISTA DE ENSINO RELIGIOSO e o GT Religião e Educação, da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Teologia e Ciências da Religião (ANPTECRE) , propõe sistematizar a discussão sobre a relação entre o Ensino Religioso e a Ciência da Religião como área do conhecimento, uma reflexão que sustenta a proposição para a efetivação de uma licenciatura dos professores deste componente curricular. Mas, para que possamos articular esta proposta de formação, é necessário melhor definir a identidade da disciplina. Por este motivo, ao celebrarmos os 18 anos da revista DIÁLOGO, importante instrumento de divulgação do Ensino Religioso brasileiro, voltamos à discussão para a questão O que ensinar? e à sua transposição didática para articular o Como ensinar?

Objetivos
Geral
• Refletir sobre o objeto do Ensino Religioso e suas implicações e aplicações metodológicas no contexto educacional.
Específicos
• Refletir sobre o objeto do Ensino Religioso no contexto das Ciências da Religião.
• Apresentar a trajetória do Ensino Religioso nos últimos 18 anos e suas abordagens na revista DIÁLOGO.
• Oferecer um espaço de reflexão e troca de experiências a educadores, pesquisadores e estudantes interessados na área do Ensino Religioso.
• Abordar o desenvolvimento de metodologias para o Ensino Religioso.


Público-alvo: Pesquisadores, docentes de Educação Básica, de Graduação e de Pós-Graduação e pessoas interessadas no tema.
Carga horária: 20 horas
Vagas: 250
Data: 22 e 23 de agosto de 2013


  • Faça sua inscrição por aqui;
  • Consulte aqui a programação;
  • Veja os Grupos de Trabalho e as Normas para submissão dos textos aqui;
  • Local do evento e hospedagem por aqui
Abraço,
Barroca



XI EDUCERE 2013


O EDUCERE foi criado em 2001 por um grupo de professores de Graduação e Pós-Graduação em Educação da PUCPR. Seu objetivo é socializar os resultados das pesquisas realizadas por acadêmicos da Graduação e Pós-Graduação e outros profissionais da área da Educação.

Em 2013, o XI EDUCERE ampliará seus espaços de discussão. Além da realização da segunda edição do Seminário Internacional de Representações Sociais, Subjetividade e Educação (SIRSSE), o evento receberá o IV Seminário Internacional sobre Profissionalização Docente (SIPD/CÁTEDRA UNESCO), que busca aprofundar questões relacionadas ao trabalho docente, objeto de estudo da Cátedra UNESCO sediada no CIERS-ed.

Com o tema "Formação docente e sustentabilidade: um olhar transdisciplinar", o XI Congresso Nacional de Educação - EDUCERE, IV Seminário Internacional sobre Profissionalização Docente - SIPD - Cátedra UNESCO e o II Seminário Internacional de Representações Sociais, Subjetividade e Educação - SIRSSE, será realizado, de 23 a 26 de setembro de 2013, na cidade de Curitiba (Paraná, Brasil). A crescente complexidade das sociedades globalizadas tem levado pesquisadores e educadores à consideração da temática da sustentabilidade como um processo imprescindível ao desenvolvimento social.

Ficou interessado(a)?
  • Veja a programação completa por aqui.
  • Clique aqui para realizar sua inscrição!
  • No link Grupos de Trabalhos você fica sabendo para qual GT  poderá submeter o seu artigo. (Especial atenção para o GT-15 Ensino Religioso. Coordenação: Afonso Maria Ligório Soares, Edile Maria Fracaro Rodrigues, Lourival José Martins Filho, Remí Klein e Sérgio Rogério Azevedo Junqueira.)
  • Se quiser enviar algum trabalho para o XI EDUCERE 2013, dê um clique em Envio de trabalhos e saiba quais os procedimentos. 
  • Não sabe onde se hospedar? Acesse o link hospedagem e turismo. Nele você encontrará uma lista de hotéis e preço de diárias.


Outras informações: XI EDUCERE 2013

Abraço,
Barroca




quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Que tipo de Papa? As tensões internas da Igreja atual

Olá pessoal.

Navegando pela net deparei-me com esse belíssimo texto do Leonardo Boff sobre o tema da sucessão ao Papa Bento XVI. Como sempre, Boff nos surpreende em meio a especulações sobre os sucessores do Sumo Pontífice. Apreciem-no e até breve.

Barroca

(Do site do Instituto Humanitas Unisinos - IHU)


"Devemos discernir com inteligência o que atualmente melhor serve à mensagem cristã no interior de uma crise ecológica e social de gravíssimas consequências. O problema central não é a Igreja mas o futuro da Mãe Terra, da vida e da nossa civilização. Como a Igreja ajuda nessa travessia? Só dialogando e somando forças com todos", escreve Leonardo Boff, teólogo, filósofo e escritor.
Eis o artigo.
Não me proponho apresentar uma balanço do pontificado de Bento XVI, coisa que foi feito com competência por outros. Para os leitores talvez seja mais interessante conhecer melhor uma tensão sempre viva dentro da Igreja e que marca o perfil de cada Papa. A questão central é esta: qual a posição e a missão da Igreja no mundo?

Antecipamos dizendo que uma concepção equilibrada deve assentar-se sobre duas pilastras fundamentais: o Reino e o mundo. O Reino é a mensagem central de Jesus, sua utopia de uma revolução absoluta que reconcilia a criação consigo mesma e com Deus. O mundo é o lugar onde a Igreja realiza seu serviço ao Reino e onde ela mesma se constrói. Se pensarmos  a Igreja demasiadamente ligada ao Reino, corre-se o risco de espiritualização e de idealismo. Se demasiadamente próxima do mudo, incorre-se na tentação da mundanização e da politização. Importa saber articular Reino-Mundo-Igreja. Ela pertence ao Reino e também ao mundo. Possui uma dimensão histórica com suas contradições e outra transcendente.

Como viver esta tensão dentro do mundo e da história? Apresentam-se dois modelos diferentes e, por vezes, conflitantes: o do testemunho e o do diálogo.

modelo do testemunho afirma com convicção: temos o depósito da fé, dentro do qual estão todas as verdades necessárias para a salvação; temos o sacramentos que comunicam graça; temos uma moral bem definida; temos a certeza de que a Igreja Católica é a Igreja de Cristo, a única verdadeira; temos o Papa que goza de infalibilidade em questões de fé e moral; temos uma hierarquia que governa o povo fiel; e temos a promessa de assistência permanente do Espírito Santo. Isto tem que ser testemunhado face a um mundo que não sabe para onde vai e que por si mesmo jamais alcançará a salvação. Ele terá que passar pela mediação da Igreja, sem a qual não há salvação.

Os cristãos deste modelo, desde Papas até os simples fiéis, se sentem imbuídos de uma missão salvadora única. Nisso são fundamentalistas e pouco dados ao diálogo. Para que dialogar? Já temos tudo. O diálogo é para facilitar a conversão e é um gesto de civilidade.

modelo do diálogo parte de outros pressupostos: O Reino é maior que a Igreja e conhece também uma realização secular, sempre onde há verdade, amor e justiça; o Cristo ressuscitado possui dimensões cósmicas e empurra a evolução para um fim bom; o Espírito está sempre presente na história e nas pessoas do bem; Ele chega antes do missionário, pois estava nos povos na forma de solidariedade, amor e compaixão. Deus nunca abandonou os seus e a todos oferece chance de salvação, pois os tirou de seu coração para um dia viverem felizes no Reino dos libertos. A missão da Igreja é ser sinal desta história de Deus dentro da história humana e também um instrumento de sua implementação junto com outros caminhos espirituais. Se a realidade tanto religiosa quanto secular está empapada de Deus devemos todos dialogar: trocar, aprender uns dos outros e tornar a caminhada humana rumo à promessa feliz, mais fácil e mais segura.

primeiro modelo do testemunho é da Igreja da tradição, que promoveu as missões na África, na Ásia e na América latina, sendo até cúmplice em nome do testemunho da dizimação e dominação de muitos povos originários, africanos e asiáticos. Era o modelo do Papa João Paulo II que corria o mundo, empunhando a cruz como testemunho de que ai vinha a salvação. Era o modelo, mais radicalizado ainda, de Bento XVI que negou o título de “Igreja” às igrejas evangélicas, ofendendo-as duramente; atacou diretamente a modernidade pois a via negativamente como relativista e secularista. Logicamente não lhe negou todos os valores mas via neles como fonte a fé cristã. Reduziu a Igreja a uma ilha isolada ou a uma fortaleza, cercada de inimigos por todos os lados contra os quais importa se defender.

modelo do diálogo é do Concílio Vaticano II, de Paulo VI e de Medellin e de Puebla na América Latina. Viam o cristianismo não como um depósito, sistema fechado com o risco de ficar fossilizado, mas como uma fonte de águas vivas e cristalinas que podem ser canalizadas por muitos condutos culturais, um lugar de  aprendizado mútuo porque todos são portadores do Espírito Criador e  da essência do  sonho de Jesus.

O primeiro modelo, do testemunho, assustou a muitos cristãos que se sentiam infantilizados e desvalorizados em seus saberes profissionais; não sentiam mais a Igreja como um lar espiritual e, desconsolados, se afastavam da instituição mas não do Cristianismo como valor e utopia generosa de Jesus.

O segundo modelo, do diálogo, aproximou a muitos pois se sentiam em casa, ajudando a construir uma Igreja-aprendiz e aberta ao diálogo com todos. O efeito era o sentimento de liberdade e de criatividade. Assim vale a pena ser cristão.

Esse modelo do diálogo se faz urgente caso a instituição-Igreja quiser sair da crise em que se meteu e que atingiu seu ponto de honra: a moralidade (os pedófilos) e a espiritualidade (roubo de documentos secretos e problemas graves de transparência no Banco do Vaticano).

Devemos discernir com inteligência o que atualmente melhor serve à mensagem cristã no interior de uma crise ecológica e social de gravíssimas consequências. O problema central não é a Igreja mas o futuro da Mãe Terra, da vida e da nossa civilização. Como a Igreja ajuda nessa travessia? Só dialogando e somando forças com todos.

Novo papa enfrentará mudança cultural na América Latina

(Do site do Yahoo notícias)


RIO DE JANEIRO, 12 Fev (Reuters) - Enquanto uma multidão de foliões fantasiados celebrava o Carnaval na segunda-feira, um grupo de pessoas decididamente mais sóbrias entrava na Nossa Senhora da Paz, uma igreja católica a dois quarteirões de uma praia lotada no Rio de Janeiro.
Enquanto os fiéis oravam, os foliões lá fora bebiam cerveja, batucavam e flertavam na festa tão conhecida por sua sensualidade, em que as autoridades locais distribuem camisinhas gratuitamente.
Verdade seja dita, a cidade nem sempre é tão louca quanto na época do Carnaval.
Também é verdade que a igreja quase vazia, um dos poucos lugares tranquilos no Rio nesta semana, atrai a um rebanho cada vez menor de fiéis católicos.
O Brasil tem uma das maiores populações católicas do mundo, mas a Igreja está perdendo sua influência de forma constante, aqui e em toda a América Latina.
"Não há nada de errado em se divertir", diz Henrique Pereira, um empresário de 35 anos que deixava a igreja depois de uma oração. "Mas eu queria que as pessoas valorizassem a fé e a Igreja da mesma forma".
Esse é o cenário que aguarda o sucessor do papa Bento, que anunciou na segunda-feira que iria renunciar.
Se o seu objetivo for reter os fiéis católicos ou mesmo atrair novos fiéis em uma região que passa por uma profunda mudança econômica, social e cultural, um novo pontífice deve encontrar maneiras de casar a doutrina com os estilos de vida contemporâneos latino-americanos.
Embora a região ainda abrigue mais católicos do que nenhuma outra, 42 por cento dos 1,2 bilhão de fiéis no mundo, os números vêm diminuindo nas últimas décadas.
À medida que a América Latina fica mais próspera, mais urbana e mais educada, as pessoas são menos dóceis a uma religião que já exerceu um controle firme sobre os crentes em locais tão diversos como os pampas argentinos e os "pueblos" do norte do México.
"A América Latina está ficando mais parecida com o resto do mundo ocidental, e nesse sentido, menos homogênea com relação à fé", disse Fernando Altemeyer, um professor de teologia da Universidade Católica de São Paulo. "Há mudanças na sociedade daqui que dificultam que uma única fé ou crença domine".
A transformação, é claro, está acontecendo em outros lugares também, à medida que o crescimento em grandes economias emergentes dá voz a milhões que eram segregados pela pobreza, geografia e pelas críticas sociais.
UM NOVO PAPA
Há muito tempo a América Latina vem sendo um reduto católico, e há rumores crescentes de que o novo papa possa vir da região, um reconhecimento de sua importância dentro da Igreja.
As diferenças teológicas internas da Igreja frequentemente estiveram representadas na América Latina. De fato, como cardeal, o papa Bento XVI reprimiu uma rebelião entre aqueles na Igreja latino-americana que apoiavam a chamada teologia da libertação, um movimento de tendência esquerdista centrado em ajudar os pobres.
Junto com outras tensões, a rixa foi mais tarde agravada pelo crescimento recente das igrejas evangélicas.
Para muitos na América Latina, as igrejas evangélicas são atraentes porque pregam o sucesso e a prosperidade nesta vida, em oposição ao sacrifício e a luta que os católicos aprendem a suportar. Muitos fiéis também dizem preferir os pastores evangélicos, que trocaram as túnicas e rituais da missa católica por trajes casuais e sermões livres.
Cientes dessa mudança, alguns líderes católicos na América Latina vêm tentando pressionar a Igreja para se modernizar.
(Reportagem adicional de Helen Popper em Buenos Aires e Mitra Taj em Lima)



terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

A HISTÓRIA DO PAPA BENTO XVI






Enquanto festejávamos o carnaval, uma notícia nos surpreendeu, para os que mantiveram-se antenados aos noticiários: a renúncia do Papa Bento XVI, marcada para o dia 28 de fevereiro. 

Quer saber mais sobre esse Papa? Veja aqui o infográfico produzido pelo site IG.

E leia aqui a Nota Oficial da CNBB sobre o anúncio da renúncia do Sumo Pontífice. 

Abraços,
Barroca

PESQUISA


Menos da metade dos professores de escolas públicas lê no tempo livre

(Do site do NE10)

Um cabo de vassoura que era capaz de falar e sentir era o protagonista do primeiro livro lido pela então adolescente Denise Pazito. Hoje, professora e pedagoga no Espírito Santo, ela fala da experiência em seu blog. "O livro foi indicado pela escola. Provavelmente, eu estava no 4° ou 5° ano. Ele se chamava Memórias de um Cabo de Vassoura e o seu autor era Orígenes Lessa. Professora inspirada a minha. Acertou na mosca. Uma história encantadora. Me encantou pelo mundo das letras."

Mas assim como são capazes de encantar, os professores têm em suas mãos o poder de desencantar, não por intenção, às vezes por desconhecimento. Uma pesquisa feita pelo QEdu: Aprendizado em Foco, uma parceria entre a Meritt e a Fundação Lemann., organização sem fins lucrativos voltada para educação, mostra que menos da metade dos professores das escolas públicas brasileiras tem o hábito de ler no tempo livre.

Baseado nas respostas dadas aos questionários socioeconômicos da Prova Brasil 2011, aplicados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), e divulgados em agosto do ano passado, o levantamento do QEdu mostra que dos 225.348 professores que responderam à questão, 101.933 (45%) leem sempre ou quase sempre, 46.748 (21%) o fazem eventualmente e 76.667 (34%), nunca ou quase nunca.

No caso de Denise, a leitura levou essa prática para as salas de aula, no entanto, muitos brasileiros terminam o ensino básico sem ler um livro inteiro. Para além da falta do hábito de leitura, a questão pode estar ligada a infraestrutura.

"O número de professores que não leem é chocante, mas isso pode estar ligado ao acesso. É preciso lembrar que faltam bibliotecas e que um livro é caro. Um professor de educação básica ganha em média 40% menos que um profissional de ensino superior. Acho que faltam políticas de incentivo. Não acredito que seja apenas desinteresse", diz a diretora executiva do movimento Todos pela Educaçao, Priscila Cruz.

Um levantamento divulgado em janeiro pelo movimento mostra que o Brasil precisa construir 128 mil bibliotecas escolares em sete anos para cumprir uma lei federal que vigora desde 2010. Segundo a pesquisa, faltam 128 mil bibliotecas no país. Para sanar esse déficit até 2020, deveriam ser erguidos 39 espaços por dia, em unidades de ensino públicas e particulares. Atualmente, a deficiência é maior nas escolas públicas (113.269), o que obrigaria a construção de 34 unidades por dia até 2020.

Para Priscila, uma possível solução seriam os livros digitais. O Programa Nacional de Formação Continuada em Tecnologia Educacional (ProInfo Integrado) do Ministério da Educação distribui equipamentos tecnológicos nas escolas e oferece conteúdos e recursos multimídia.

Além disso, o governo facilita o acesso aos conteúdos por meio da distribuição de tablets, tanto para professores quanto para estudantes. No ano passado, o MEC transferiu R$ 117 milhões para 24 estados e o Distrito Federal para a compra de 382.317 tablets, destinados inicialmente a professores do ensino médio.

Sobre o acesso digital, os dados do levantamento do QEdu mostram que 68% dos professores (148.910) que responderam à pergunta usam computador em sala de aula. O estado com a maior porcentagem é Mato Grosso do Sul: 95% dos professores disseram que usam o equipamento. O Maranhão é o estado com a menor porcentagem (50,5%) de professores fazem o uso do computador. É lá também onde se constatou a maior porcentagem de escolas onde não há computadores: 38,3%. Estão no Sudeste, no entanto, as maiores porcentagens dos professores que acreditam não ser necessário o uso de computador nas salas: Minas Gerais (16%), Rio de Janeiro (15,4%) e São Paulo (15%).

O responsável pelo estudo, o coordenador de Projetos da Fundação Lemann, Ernesto Martins, diz que o país vive uma época de inovações no ensino e de incorporação dos meio digitais, como disse recentemente em palestra no Brasil o professor norte-americano Salman Khan, que usa o meio digital para promover acesso ao ensino. "Existem muitos desafios no país ligados a problemas de infraestrutura. Não apenas de acesso às máquinas, mas de acesso à internet, à qualidade dos sinais", disse.

Ao recepcionar o professor norte-americano, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, ressaltou a importância dos meios digitais: “O conteúdo ao qual o filho dos mais ricos tem acesso pode ser dado aos menos servidos de educação. Queremos tornar a educação não algo escasso, mas um direito humano que todas as pessoas possam ter”, disse.

Fonte: Agência Brasil

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Escolas públicas devem ofertar ensino religioso

Do site do FONAPER

(Publicado em 30 de janeiro de 2013)


As Escolas da rede pública municipal de João Pessoa estão obrigadas, desde o dia 8 deste mês, a oferecer o Ensino religioso na grade curricular do Ensino fundamental. Porém, os Alunos não estão obrigados a fazer matrícula na disciplina.
A regra passou a valer após o secretário Municipal de Educação e Cultura, Luiz de Sousa Junior, homologar a Resolução 026/12 instituída pelo Conselho Municipal de Educação. A medida, prevista na Lei Federal de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB n°9.394/96 com nova redação na Lei 9.475/97) e no artigo 11 do Anexo do Decreto nº 7.107/2010, já vale para o ano letivo 2013.
De acordo com Art. 2° do documento, o componente curricular vai “subsidiar o estudante para compreensão do fenômeno religioso, presente nas diversas culturas e sistematizado por todas as tradições religiosas”.
No parágrafo único do mesmo artigo, diz que, nas Escolas públicas municipais, não será permitido qualquer tipo de preconceito ou manifestação em desacordo com o direito individual do estudante e de seus familiares, de declarar um credo religioso ou mesmo o de não exercer nenhum.
Segundo a lei, no ato da matrícula, a instituição deverá informar ao estudante, ou aos pais, quando de menor idade, a oferta do Ensino religioso, bem como a faculdade de matricular-se no mesmo. O conteúdo pedagógico tem caráter inter-religioso, distinto da catequese, onde deverá pautar na contextualização do conhecimento, reconhecendo que o fenômeno religioso é um dado da cultura e da identidade de grupos sociais, que deve promover o sentido da tolerância e do convívio respeitoso com o diferente.
O Ensino religioso deverá ser ofertado no horário normal das Escolas públicas municipais de Ensino fundamental, acrescido ao mínimo de 800 horas anuais prevista na Lei 9.394/96.
Conforme a resolução publicada no semanário oficial de 13 a 19 deste mês, para a docência do Ensino religioso, serão aproveitados os profissionais habilitados para o Ensino fundamental nos termos da legislação do Ensino vigente, pertencentes ao quadro do Magistério Municipal. Para ressaltar a função do Professor, o Art. 11 estabelece que “Cabe ao Educador buscar constantemente as manifestações religiosas, ter clareza quanto à própria convicção de fé, consciência da complexidade da questão religiosa, facilitar o diálogo e ser interlocutor entre Escola e comunidade”.
Já no artigo seguinte, a resolução determina que a Secretaria de Educação e Cultura, através da Diretoria de Gestão Curricular, deverá promover cursos de capacitação para os Professores responsáveis pela docência do Ensino religioso.
O Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (FONAPER) parabeniza a Rede Municipal de João Pessoa por fazer cumprir a legislação nacional do Ensino Religioso, bem como todos os profissionais desta área que tem lutado durante anos para ocorresse a inserção do referido componente, uma vez que é direito do educando ter acesso aos conhecimentos produzidos nas diferentes culturas - tradições religiosas e não-religiosas.

Fonte: Jornal da Paraíba (PB) - 26 de janeiro de 2013